sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A beleza do sistema X a verdadeira beleza


      Dizem por aí que a beleza está nos olhos de quem vê, afinal gosto não se discute. A beleza física, aparência, é algo extremamente importante para o mundo de hoje; concursos de beleza, festivais, acabam criando padrões de beleza e fazendo dos participantes - que almejam o título de mais belo(a) - verdadeiros escravos(as) do sistema. São várias as regras a serem seguidas: corpo magro, esbelto, olhos claros ou então que de alguma forma chamem a atenção; para as mulheres, cabelos lisos, sem volume, muita maquiagem, adornos, roupas provocantes, que destacam as formas e curvas do corpo.
      A cada dia esteticistas, cientistas envolvidos com a química dos cosméticos, vão em busca de produtos que deixem a pele mais macia, os cabelos mais lisos, brilhosos, sedosos, os dentes mais brancos, o corpo mais perfeito. Das muitas descobertas e invenções da atual era, destacam-se as escovas de tudo o que se possa imaginar e os produtos que dizem ser “milagrosos” para deformações na pele, bem como cirurgias plásticas que vão desde próteses de silicone até reduções, para quem tem demais.
      Se afirmássemos que modelos são verdadeiras escravas de uma “beleza perfeita” que nunca chega, não estaríamos errados, afinal são pessoas que não podem engordar, devem ser altas, ter sangue frio, para assumir qualquer “personagem” em qualquer passarela. Se analisarmos o dia-a-dia de algumas mulheres, observaremos que também não fogem muito do exemplo anterior, são escravas de seus produtos, do secador, dos remédios para emagrecer, muitas até passam fome, ficam doentes e adquirem a pior doença, a que começa pela psique e afeta o corpo inteiro, e além de tudo é a mais difícil de curar, pois é preciso curar primeiramente a mente, e depois aos poucos o corpo volta ao normal.
      Mas afinal, o que é a beleza? Ser bonito é ter conteúdo ou qualidade? É ter corpo ou uma mente rica? De que adianta um lindo corpo, se a dona(o) desse corpo, ao permitir que suas idéias fluam, polui o seu exterior com o que leva dentro de si? Existem pessoas que filtram as outras pelo que as mesmas oferecem externamente, têm a ousadia de sentir nojo do que aos seus olhos é feio, pra ser bonito tem que ser vulgar, sensual, egocentrista. Há algum tempo o mundo e as pessoas perderam a noção do que realmente é bonito, já não valorizam mais as palavras sábias, não querem nem ao menos saber o que há dentro do que externamente foge do padrão de beleza do sistema, destroem sonhos, vidas, derrubam auto-estima, não sabem reconhecer a beleza de um olhar sincero, a pureza de um sorriso, a doçura das palavras. Esqueceram o respeito em alguma avenida da vida, padronizaram a tal beleza da forma mais errônea e ignorante possível, atualmente exaltam o escândalo, humilham a sabedoria; elevam o orgulho, ignoram a humildade; já não se lembram do que realmente se constitui a beleza, enfim, o que um dia foi belo, hoje é desprezível; e o que era desprezível, hoje é visto como “digno de aplausos”.

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